terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Devaneios

Que vontade incontrolável é essa? Viajo por vários mundos, me perco cada vez mais em minhas próprias ambições, não queria depender de um produto, mas a razão não me deixa escolher. Olho firme em direção ao destino e imagino tudo que preciso. E para chegar ao que preciso, preciso me render a outras luas, das quais eu não preciso. Mas acabo precisando.

Todos os dias ao levantar da cama, vejo que nada está como eu gostaria. Nada tão sério, mas apenas tenho desejos. Não me anima acordar de manhã e ver meu cabelo todo pra cima, parecendo um maluco, com a barba grande e o olho inchado. Não me anima. Sinto vontade de mergulhar no meu travesseiro e não sair de lá até que falte o ar pra respirar. O ar que respiro também não é mais o mesmo. Cheio de peso e tristeza, que nem se compara ao ar verde que eu respirava antes de me encolher nessa grande cidade. Como se encolher numa grande cidade? Simples: acordando todos os dias e vendo no espelho sua pior faceta. Mas é claro, nada é tão dramático assim...

Me falta dinheiro. Dinheiro que parece fugir junto com minhas oportunidades de consegui-lo. Mas enfim, é a vida. Vida que poderia ser mais bonita. Ou estou sendo mais uma vez dramático? Sou assim mesmo, cheio de frescuras e desafetos. Mas entendam, não estou falando de pessoas. A única pessoa tratada nesse texto sou eu mesmo.

Sempre eu... Que merda! As vezes canso de mim mesmo, de ver como sempre acordo do mesmo jeito e me olho em frente ao espelho. Como um sanduíche, tomo refrigerante, de vez em quando uma cerveja... Ah, não posso me esquecer que as vezes tento ser músico também. Na verdade, isso é mais realista do que as outras coisas com que apenas sonho, isso é uma realidade. Gosto de escrever também, mas admito que tenho escrito muito pouco esses tempos. Culpa do meu próprio ócio? Sim! Não ter o que fazer me traz uma vontade de não fazer nada que vocês não imaginam. Sou praticamente um pedaço de pizza no fundo da geladeira.

Vocês já estão cansados de ler sobre mim, eu sei... Eu já estou cansado de mim mesmo. Posso me tornar um traficante, um cafetão ou até mesmo um garoto de programa, tenho vastas opções. Mas não sei, acho melhor ficar no campo da música e da escrita. Sei lá, acho mais legal pra mim. Não que as outras opções sejam ruins, mas... Preciso de uma carona. Qualquer lugar que você queira ir pra mim já serve de inspiração. Qualquer estrada que eu não saiba o final, qualquer lugar que me faça sentir em casa, como nos velhos tempos.