quinta-feira, 26 de maio de 2011

Parênteses

Gosto de você. E também sinto a reciprocidade. É só isso que não me deixa desistir.

terça-feira, 24 de maio de 2011

A urgência

A urgência e a pressa da cidade grande nos faz pensar em quais realmente são nossas necessidades. Passamos o dia numa agitação sem tamanho, correndo todo o tempo em busca de uma resposta concreta. Já não aceitamos mais a subjetividade como ponto final. Ou inicial, quem sabe. Somos guiados pela certeza, e a buscamos em tudo que fazemos ou pensamos. Na verdade, parece que tememos tudo aquilo que não se apresenta de forma clara e óbvia, pois é muito difícil não sabermos o que pode acontecer e o que está por vir.

Talvez precisemos de mais calma e serenidade, de mais paz. Talvez precisemos de um lugar que nos dê tempo para pensar, que nos dê vida para admirar. Um lugar que não nos sufoque. Nossa realidade é completamente desfigurada e intolerante. E cada um de nós padece aqui sem perceber tudo de belo que a vida nos leva. "Minha vida é intensa", dizem muito isso por aí. Mas não sei, acho que o conceito de intensidade não tem esse significado. Aquilo que é intenso nos faz viver. Não tenho certeza se posso chamar tudo isso a nossa volta de vida. De vida bem vivida.

sábado, 21 de maio de 2011

O que te trouxe até aqui?

Agora vai ser assim. É tão simples, meu bem. Você vai sair de lá e trazer suas coisas pra cá. Depois, nunca mais vai responder. Eu sei que parece um pouco drástico, mas vai ser melhor para você. Pode ser que a primeira impressão traga lembranças ruins, mas faz parte, o tempo é assim. Você vai se acostumar, não se preocupe. A sua nova vida vai se adaptar à você. Simples questão de tempo.

Às vezes falo muito rápido, mas eu sei que você nem se assusta mais. Certo dia, acordei feliz numa manhã qualquer. Nem lembro se tinha sonhado com você, mas só de haver essa possibilidade, já me contentava com o talvez. Sinto que me perco sempre que olho nos olhos teus, porque sei lá, é tão intenso que não quero mais me encontrar.

A sua nova casa está aqui, pronta para as suas roupas. Talvez o armário não seja grande o suficiente, mas a gente dá um jeito. Podemos guardar o que sobrar nos armários da cozinha. Sabe como é, né? O dinheiro é apertado e a comida não se faz tão presente. Mas de qualquer forma, sinta-se em casa. Pode até me botar pra fora, caso ache melhor. Não quero invadir a sua privacidade.

Noite sim, noite não, vamos nos entendendo. A novidade já passou. Aliás, você está linda com esses cabelos sob os ombros. Mais um pouco e eles cobririam teus seios, que você insiste em deixar expostos. De vez em sempre me flagro admirando essa luz que sai dos teus olhos e escorre por todo o corpo. Você nem precisa mais de roupas, tua luz já ocupa esse espaço.

Venha, vou te levar ao mercado. Lá podemos escolher algumas coisas que não comemos há muito tempo. O dinheiro está aumentando, e com isso, nossas barrigas também. Mas não tem jeito, você fica sempre bonita de qualquer jeito. Se a barriga cresce um pouco, sua natureza vem e trata de colocar tudo em ordem outra vez. Sua natureza é um ciclo, fica noite e dia se exibindo.

Me lembro quando tentei te fazer entender à força o que deveria viver. Como fui tolo, meu Deus. Você ria quando eu dizia tantas bobagens. Claro, eu entendia tudo sempre errado. Não percebia que a vida trataria de trazer você até aqui. Porque eu sei que você nunca esqueceu aquele dia em que nos abraçamos de verdade. Foi tão forte aquele abraço, que deixamos um pedaço de nós em cada um. E foi isso que te trouxe até aqui. Justamente esses pedaços teus em mim e meus em ti. Acho que foi amor.