De vez em quando me pego pensando no futuro. Penso em como vai ser e se vou ser feliz. E o que mais me deixa apreensivo é não saber o que vai ser. É tão difícil viver com a dúvida, não? Mas pior seria viver com a certeza, saber onde tudo vai acabar e por onde tudo vai passar. O momento é oportuno para uma questão levantada por Paulinho Moska, quando indaga: "Então me diz: qual é a graça de já saber o fim da estrada quando se parte rumo ao nada?". Pois é, mais uma contradição.
Me contradizer é algo que vem se tornando habitual no meu dia-a-dia. Penso, digo, sinto, volto atrás, pulo à frente e volto a pensar. Mas isso também é bom, porque acabo não me prendendo a uma única coisa, por mais racional que seja. Na verdade, prefiro ter a certeza do emocional, daquilo que não tem explicação, pois nunca será uma certeza. É o simples ritual de praticar a certeza como maquiagem. Penso ter a certeza para me sentir mais confiante, mas, no fundo, sei que não tenho certeza de nada. Nem do rumo que o meu dia tomará. Enfim, é complicado de entender. Confesso que é mais fácil colocar em prática.
Voltando ao meu atual futuro, não sei o que me espera quando seguir em frente. Posso tomar a liberdade de dizer que sinto um pouco de medo. Acredito que isso seja natural, afinal, não podemos viver sem nossos medos. Eles nos dão forma, nos preenchem desde a sensibilidade nos dedos dos pés, até o súbito frio que toma conta de nossas espinhas. Necessitamos de algo para temer. A vida não pode ser construída somente de sonhos, mas de pesadelos também. Os medos surgem como desafios. Alguns mais fáceis, outros mais difíceis. E o mais interessante é saber que sempre vamos ter do que sentir medo, do que correr. Não precisamos enfrentar tudo que vem ao nosso encontro, fugir também faz sentido às vezes.
De qualquer forma, a vida se apresenta para nós. Este é um acontecimento do qual não podemos escapar. Talvez o único deles. Mas afinal, importa o que vai acontecer? Importa agora? A única coisa que importa agora é o agora.
quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011
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