sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Mesmo acaso

Às vésperas da chuva, decidiram correr um pouco pela praia. A água batia nas canelas e subia. A areia pulava e deitava perto de onde as ondas derramavam. O sol já se encontrava tímido, quase atrás das montanhas que ficavam lá longe. O vermelho predominava nos fortes e últimos raios. As gargalhadas ecoavam com a ajuda das conchas. Eles se enroscaram e cairam abraçados, até meio grudados demais. No instante seguinte, a água veio e cobriu os corpos, trazendo consigo areia e um pouco de carinho. Eles se sentiam à vontade com a água cobrindo seus corpos. Parecia que o dia havia acabado de começar e estaria longe de terminar. Eles se beijaram demoradamente e, de uma forma natural, começaram a sentir a pele um do outro cada vez mais aquecida. Ficaram ali por um bom tempo, até que, finalmente, o sol deu lugar às estrelas. Eram muitas naquele céu, todas bem espalhadas, pareciam até um sonho bom. Decidiram mergulhar e perceberam que todo aquele pedaço de mar estava explicitamente oferecido à eles. Pularam, mergulharam, se empurraram e se abraçaram. Quando sossegaram um pouco, perceberam que estavam mais do que abraçados, estavam ligados. A água batia na altura dos joelhos dele e na altura da cintura dela. Ela apoiou a cabeça no ombro dele e se confortou. Ele apoiou a cabeça em cima da cabeça dela, quase massageando seus longos e molhados cabelos. Nem deram falta da vida, só estavam ali, juntos, em mais um de tantos momentos que eles mesmos chamavam de "pessoais demais".

Um comentário:

Bitter-Sweet disse...

Pessoais demais. Pessoais de menos. Não sei mais como ser pessoal. Como é?