domingo, 4 de julho de 2010

Passo tímido

Todos os dias reza o mesmo terço
Levanta os braços na altura do céu
Abaixa a cabeça mirando a vergonha
Revela um olhar já conhecido por todos

Se esconde atrás da profunda miragem
Suas orelhas pesam fartas de cansaço
Estão cansadas de tanta insegurança
Os mesmos todos que a fitam
Se acabam por consumi-la em patifaria

Mesmo depois de longos e tenebrosos sinos
Que badalam gritando feito um cigano
Se sente triste pela vida
Não admite o fato de ser um sorriso no meio de bochichos
Para ela, o sol não nasceu nas colinas
Ele apenas se furtou de proclamar a vida que ela queria

Como se não bastasse a chuva que perdura por tantos anos
Uma parte do seu sangue se mistura com a pele
Já não há diferença entre uma lágrima e um suspiro
A sua razão em buscar os sonhos mais lindos
Se dissolve lentamente ao pé do ouvido

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