quinta-feira, 2 de junho de 2011

Fruta que cai no jardim

Não sei se já chegou a hora, se já posso partir. Quero me partir em todos os pedaços possíveis para poder estar por aí. Na verdade, não estou nem aí pra isso tudo que está por vir. Quero sair, sair e sair. Fugir.Isso, fugir como um covarde sem pestanejar. Não quero enfrentar todas essas batalhas que aparecem. Quero ser livre para escolher pelo que lutar. Quero amar uma flor qualquer apenas pela sua cor, o cheiro eu deixo para qualquer outro que quiser. Não me importo mais em dividir. Digo isso porque me encanto pelo céu também. Ele é tão pleno e generoso, se estica todo para alcançar uma parte, por menor que seja, de todo mundo. O geral me encanta. Gosto também dessa terra toda que cai nos nossos olhos enquanto brincamos no chão, ali perto do lago. E também da grama que faz cócegas nos nossos ouvidos enquanto esperamos o pôr-do-sol para abrir os olhos. Ah, não posso me esquecer das árvores que usamos para apoiar as costas nos dias de sol intenso. Esses são os melhores dias. Ouvimos um pássaro cantar aqui, um cachorro latir ali e um silêncio puramente sereno que nos força a ficar quietos. Não há voz mais bonita do que a sua quando você olha para dentro de si. É tão bonita a introspecção que flui quando te vejo sorrir. Você deveria olhar mais pra dentro, me esquecer mesmo. Talvez assim você conseguisse entender qual é a razão na alegria de uma gota de chuva ao beijar o chão.

Um comentário:

aline marangoni disse...

você pode buscar o que desejar, mas não adianta fugir. por mais que você corra, aquilo que você tenta abafar acaba voltando com mais força e intensidade do que antes.